Doce adolescência

Publicado em 03 de outubro de 2014

 

 

Final de semana passado eu fui a uma fábrica de doces... Vi como eram feitos. Alguns funcionários me disseram que os doces eram muito bons, que eram capazes de te tirar da realidade, de te libertar... Eu percebi que os funcionários estavam meio aéreos mesmo. Quando saí vi a fila enorme na loja da fábrica e também vi os que saíam, um deles parecido com um dos funcionários...
Cheguei em casa, tomei um banho e fiquei pensando: por que as pessoas precisam sair da realidade? Quando isso acontece, elas não estão mergulhando ainda mais no fundo dos seus pensamentos, medos e encarando seus monstros? Isso me parece ser uma falsa fuga então. Então, por que? Curiosidade? É o preço que podemos a vir pagar por ela? Necessidade de pertencer a uma tribo diferente, descolada? Busca pela própria identidade? Não entendo o porquê que as pessoas gostam de perder o controle sobre o próprio corpo e sobre si mesmas. Não é melhor ter clareza do que está acontecendo, para que assim você tome as melhores decisões possíveis?
Não aos doces, me manter no controle e resolver os meus problemas sem criar outros é mais fácil? Não. É mais rápido? Não. Mas foi a escolha que eu fiz, depois de refletir, conversar e rever os meus conceitos e valores, e depois amarrar tudo isso num saquinho e colocar ao lado daquele que estão as coisas que eu quero para a minha vida, depois disso tudo eu fiz uma escolha.
Não acho que tenham escolhas certas ou escolhas erradas, mas se você escolher algo que não vai de encontro com seus planos, sejam eles de curto ou de longo prazo, ai não será uma escolha boa, simplesmente porque ela não vai te levar aonde você quer chegar. Acho que não se deve trocar um plano ou sonho por uma curiosidade ou por achar que fazendo alguma coisa, que os impactos irão aparecer no decorrer do tempo, será mais fácil ou mais rápido ou vai dar uma aliviada.
Crescer é uma coisa estranha mesmo, tem dias que não é tão legal assim, mas não vamos fazer escolhas que podem nos impedir de continuar crescendo, tanto agora, enquanto temos 16, quanto quando tivermos 61, já que só vamos parar de crescer quando já não estivermos mais nesse mundo.
A metáfora serve para qualquer coisa que muito possivelmente não te fará ou já não está te fazendo bem.

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Dominar e conviver

Publicado em 03 de outubro de 2014

 

 

Depois de assistir a dois filmes nesse final de semana eu parei pra pensar sobre como relacionamentos, às vezes, não são relacionamentos. Estar no controle de algo ou ser submisso não é um relacionamento e isso pode acontecer com seus pais e também com seu namorado/a. E muitas vezes isso ocorre sem que a pessoa se dê conta. O medo, a insegurança e a falta de intimidade fazem com que isso aconteça. Como já dizia a banda O Rappa: Paz sem voz não é paz, é medo. Acho que exemplificando com os filmes conseguiremos entender melhor.

Um deles foi “A Sociedade dos Poetas Mortos”, um dos atores principais era o Robin Williams, aquele ator que se suicidou há dois meses. Foi por causa dele que eu resolvi procurar o filme. Ele faz o papel do professor de literatura em um internato super tradicional, onde ele consegue “quebrar” um pouco a monotonia das aulas com seu método de ensino um tanto particular para o internato.

Por causa dessa tradicionalidade do internato os alunos não tinham uma relação com seus professores e foi justamente essa relação que Robin Williams fez com que o professor criasse com os alunos e por causa dela mudou toda a história do internato para sempre. Além de ser um romântico e amar o seu trabalho, é claro.

O relacionamento criou, entre os alunos, uma amizade muito mais forte e coragem para ser o adolescente que os personagens vivam. O professor acreditava em um desenvolvimento muito mais humano do que simplesmente preparar os alunos para o vestibular, como era tradição no internato. Isso foi o que fez o final trágico do filme, que não serei estraga prazeres de contar a vocês. Ser submetido a ordens, a um clima de insegurança e não intimidade faz com que temos uma falsa ideia de relacionamento, já que este não existe de jeito nenhum nessas circunstâncias.

O outro filme foi “Ela”, ocorre em uma era futurística onde foi possível que o ator principal se apaixonasse por seu computador depois que neste foi configurado um sistema operacional (inteligência artificial).

Nesse caso ocorre o contrário do contado no filme anterior, o ator principal está totalmente sob controle, já que a máquina é sua e nos primeiros meses só vive e conhece o que ele lhe conta e mostra como realidade, porque depois que a máquina toma conta de seu próprio conhecimento, adivinha o que acontece? Ela o deixa sozinho novamente. Não era um relacionamento, não havia liberdade pelo lado da máquina e quando houve, ela fez exatamente o que qualquer pessoa faria: viveria a sua vida e teria suas próprias experiências.

 

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Estamos em época de eleições e esse texto vai falar sobre política

Publicado em 19 de setembro de 2014

 

Sim política! Não sobre partidos e candidatos, mas sim sobre pessoas. Esse ano eu não posso votar, fiz aniversário uma semana depois do prazo limite para a expedição do título de eleitor, porém eu gosto muito de política e pretendo fazer minha vida profissional com base nela.

O que ouço hoje de meus amigos e familiares é que o Brasil não tem mais jeito, que as pessoas daqui não prestam e eu não sei como elas conseguem dizer uma coisa dessas. Acho que elas sabem, mas se esquecem às vezes de seus exemplos de vida, de seus pais, de seus melhores amigos, de seus parceiros e até mesmo de seus filhos.

Mas o que isso tem haver com política? Tudo, simplesmente. Não perca a fé e a esperança na politica só por que ela está sendo exercida por más pessoas, lembre-se do trabalho e esforço de seus pais, no sentimento pelo seu namorado ou marido e o quanto vocês abriram mão em prol do relacionamento de vocês. E sempre tenha em mente o brilho nos olhos e a pureza de seus filhos.

Não escolha entre o sujo e o mal lavado, faça a diferença com o seu voto. E se você acha que o seu voto não vai fazer a diferença, ele vai, vai e muito. Mostre-se agradecido pelos seus pais, que batalharam para te criar nesse país. Prepare e entregue um país melhor para seus filhos, mostrando-se assim responsável.

Pesquise, vá atrás sobre a vida e projetos de cada candidato e lembre-se, o seu voto não vai escolher a pessoa que vai governar para você, mas sim para um país inteiro. Tenha como exemplo de pessoas do bem, aquelas que nunca saíram do teu lado, que sempre te acolheram, no meu caso é a minha família onde eu tenho exemplos como determinação, bondade, paciência, sabedoria, tolerância e carinho.

Por isso que podemos seguir acreditando no futuro do nosso país, não precisamos seguir as más pessoas ou maus exemplos ou até mesmo achar que existem apenas esses exemplos. É uma pena que nem todos tenham um bom exemplo, pois certamente não farão escolhas tão boas. Caso não tenha alguém assim na sua vida, um bom exemplo a ser seguido, seja você mesmo o seu exemplo, faça você a diferença na sua vida e nas suas escolhas.

Tem um filósofo, se não me engano é o Aristóteles, que disse uma vez que quem não se envolve com política (nas coisas menores possíveis, como um voto ou discutir e instruir sobre isso) consequentemente será governado.

 

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Beleza e caráter se põem na mesa

Publicado em 05 de setembro de 2014

 

 

Estava conversando com o meu melhor amigo algumas semanas atrás, sobre namoros e relacionamentos desse tipo, depois de ouvi-lo repetir várias vezes as mesmas coisas sobre meninas diferentes: “Ela é linda” eu perguntei qual era a primeira coisa que passava em sua cabeça quando ele pensava em uma namorada e ele me respondeu depois de pensar um pouco que era uma menina bonita. Aí eu percebi duas coisas. Primeira: que homens e mulheres têm realmente jeitos diferentes para escolher um parceiro e diferentes requisitos para essa escolha. Segunda: que eu não vejo a beleza só de uma forma física.

Eu não consigo separar os valores e o caráter da beleza física da pessoa. Autoestima, simpatia, generosidade, sempre ter um sorriso no rosto, educação no sentido de não faltar com respeito, gratidão à família e tolerância são levados tão em conta que para eu achar uma pessoa linda eu tenho que ter passado algum tempo com essa pessoa. Não sei se esse é um caso em que os valores e o caráter prevalecem ao porte físico, mas eu tenho certeza que eles se complementam.

Estou dizendo que não é por que você tem 10 quilos a mais ou que seja uma pessoa bem magrinha que você será alguém bonito ou feio. O nosso ideal de beleza é muito cultural e também muito formado pela mídia. Não temos que parar de ver televisão ou não comprar mais roupas que estão na moda, só estou dizendo para pensarmos sobre isso, para não nos transformarmos em vitimas. Não podemos perder nosso senso critico.

Na Arábia Saudita as mulheres usam burcas e são consideradas, por causa disso, belas, enquanto em alguns países da África as mulheres com sobrepeso são as mais procuradas. Beleza é algo muito relativo e temporário, logo eu tento me basear em algo duradouro, mais estável. Quanto ao porte físico temos que buscar um equilíbrio e isso deve se estender pela vida toda. Não é algo momentâneo, seja na adolescência ou na vida adulta, mas algo em construção. E também é uma questão de saúde.

A autoestima também tem um papel muito relevante. Se você mesmo não se achar bonito, ninguém vai. Você atrai aquilo que você passa para as pessoas, ação e reação. E humildade é diferente de desvalorização.

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Esse textos são publicados de quinze em quinze dias. Porem como não comecei as postagens daqui do blog junto com os textos na CouldCoaching, vou atualizar o blog até eles ficarem contemporâneos, depois os meus artigos serão publicados aqui junto com a CouldCoahing, ou seja, de quinze em quinze dias.

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Escolhas e rótulos

Publicado em 22 de agosto de 2014

 

 

O que é ser um bom cidadão hoje em dia? Ir para a faculdade logo depois do colégio, fazer direito caso você goste de humanas, engenharia caso seja de exatas ou medicina se você se dê melhor com biológicas. Caso escolha algo diferente você não vai ser feliz na vida porque não vai conseguir crescer profissionalmente ou ganhar dinheiro o suficiente. O que é dinheiro suficiente? Ou sucesso profissional? Temos que ser sempre o melhor? Melhor pra quem?

Mas começo a achar que a resposta para nossas escolhas, profissionais principalmente, está lá na nossa infância. Quando perguntamos para as crianças o que elas querem ser quando crescerem, qualquer que seja a resposta, a base quase sempre é a mesma: melhorar o mundo. Seja cuidando do cachorrinho ou apagando o fogo de um incêndio. A gente cresce e vê que pode mudar o mundo de outros jeitos, às vezes mais difíceis.

Não estou dizendo que não devemos escolher ou esperar que a resposta venha do acaso. O que estou dizendo é que essa escolha requer um autoconhecimento relativamente alto, para que não seja uma escolha errada e ela atrase o seu desenvolvimento profissional seja qual ele for. E ter esse autoconhecimento aos 17, 18 anos não é uma coisa que se consegue do dia pra noite. Ainda mais quando até as nossas questões biológicas não nos apresentam uma fase tão calma para nos observamos. Essa observação não pode ser feita sem que estejamos em movimento. Ou seja, em nossas escolhas do dia a dia é quando nos observarmos para saber o porquê daquela ação e escolha, não como que roupa vestir num domingo para ir à padaria pegar o pão do café da manhã, mas sim os nossos pontos forte e pontos fracos e decidir em melhorá-los ou não. E como conciliar isso com todo o resto?

Lembra-se da lasanha da sua avó e da namorada da semana passada? Então, como colocá-las em nossa vida e atingir nossos objetivos na escola ou no trabalho, pra quem já está trabalhando? É nessas horas que eu me lembro dos japoneses, da sua disciplina e o Renato Russo concordava com isso “Meu amor, disciplina é liberdade...”. E disciplina também não é uma coisa que se consegue do dia pra noite. Não estou dizendo que temos que ser perfeitos em tudo aquilo que fazemos, mas eu acho que quanto mais procurarmos ter disciplina mais podemos curtir e alcançar nossos objetivos em todas as frentes de nossa vida, não só agora que estamos prestes a passar por um teste importante, mas por toda a vida.

 

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Vou colocar aqui também os textos que faço para a CloudCoaching, na minha coluna De Adolescente Para Adolescente. São artigos de opinião sobre o cotidiano e temas que interessam e são vividos pelos adolescentes. Porem, pelas respostas que tenho dos textos, eles superam o publico alvo. Podendo os temas serem debatidos por qualquer idade. Vou deixar o Link do site abaixo para quem quiser saber mais sobre Coaching ter acesso a essas informações.

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Relacionamento

Publicado em 06 de agosto de 2014

Bom, acho que como estamos começando um relacionamento novo, de colunista-leitor, nada melhor do que o nosso primeiro assunto seja relacionamento, não acha?
Percebi esses dias, como um relacionamento é algo complicado. Amigos, família. Não temos como fugir deles, mesmo que às vezes queremos, já que não somos pessoas sozinhas em uma ilha com uma bola de vôlei. Então, mesmo que queremos distância, temos que aprender como conviver com eles. Agora entendo porque alguns meditam, correm, leem ou andam de skate. Será que essa socialização constante é algo bom?
Mas de uma coisa eu sei, o diálogo é a melhor ferramenta para conseguir aquilo que queremos em um relacionamento, já que não fazem mais marretas de madeira e nem arrastam mais pelos cabelos.
Diálogo não é uma coisa tão fácil assim de se fazer. Nossos parentes estão em uma outra geração e precisamos aprender a lidar com isso. Como começar um relacionamento? Com os nossos pais pode ser mais fácil, mas os amigos podem ser em quem mais confiamos para outras coisas.
Isso me faz pensar em outra coisa: Os relacionamentos são todos iguais? Você age e fala do mesmo jeito com o seu pai do que com o seu melhor amigo? Bem, eu não. São duas pessoas diferentes e as conversas serão diferentes, então eu também serei uma pessoa diferente em cada caso? Ou a mesma, mas com um outro figurino? Ser ao mesmo tempo: filha, amiga, neta, sobrinha, estudante e, tem gente que, além disso tudo, também namora.
Com desejos e planos a serem alcançados em cada um desses personagens, é nessas horas que me lembro de grandes lideres da História. Uma população imensa os seguia, confiava neles, tinha uma relação com eles. E tenho quase certeza de que eles não discursavam quando conversavam com suas mães. Temos que nos adaptar diariamente às pessoas que nos relacionamos e ao mesmo tempo temos que lidar com nossas vontades, curiosidades e responsabilidades.
Quais são os requisitos básicos para qualquer relacionamento dar certo? As coisas em comum entre uma conversa com seus pais e com o seu melhor amigo? Confiança? Paciência? Vivência? Intimidade? E quando queremos um tempo só para nós? Ficarmos sozinhos, nos cuidando e nos conhecendo, mas ao mesmo tempo tendo que ser responsáveis com a família, cultivar a amizade entre os amigos?
A coisa que mais me marcou, por enquanto, na cultura budista foi: Viva um dia de cada vez, fazendo o seu melhor. Hoje não terá que se preocupar tanto assim com o amanhã, já que ele pode nem chegar a existir e se existir será consequência do hoje.
Resolva os problemas quando eles aparecerem, resolva-os hoje, supere seus limites todos os dias, sinta a sensação de dever cumprido e tenha uma boa noite de sono, vá ao cinema no sábado com sua namorada e, no domingo, almoce na sua vó que faz uma lasanha deliciosa.
Às vezes as coisas são tão mais simples do que as projetamos. Quero dizer, faça o seu relacionamento acontecer e crescer no dia a dia, na rotina, não pense nele como algo que tem que ser trabalho, trabalhe ele naquele instante.
Os relacionamentos são construídos todos os dias, com nossas palavras, atitudes e se você fizer o seu melhor, se você se superar todos os dias, seus relacionamentos serão construídos com bases e lembranças cada vez mais fortes.
E pode ter certeza de que, se você se esforçar, se superar, encarar o relacionamento como seu verdadeiro sonho e não apenas o almejando superficialmente, você vai crescer e a pessoa com quem você se relaciona também. Vocês crescerão juntos. Isso é um relacionamento.

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Olhos cor-de-mel

 

Atendo o telefone

Do outro lado a sua voz

Local e horário combinado

No jardim quando o sol estiver brilhando mais

 

Entre fadas e dragões

Piratas e princesas

Nossas aventuras que duravam a tarde inteira

Mas a única que não tivemos

Foi aquela em que eu iria atrás da luz que saia de teus olhos

 Que me deixava meio bobo e sem chão

 

No colégio

Entre livros e conversas

Incertezas e até alguns medos

A única certeza que tinha

Era que no dia seguinte a única coisa mais brilhante do que o sol

 seria os teus olhos

 

Os números nunca foi o meu forte

Quem entendia disso era você

Eu passava o dia inteiro

Tentando achar os melhores adjetivos

Para aquilo que saia de teus olhos

 

Mas tenho certeza que um dia verei isso em outros  lugares

Em nossos filhos

Nosso retrato

E nas estrelas que ficarão para sempre no céu

Lembrando-me de olhos teus

 

Beatriz Alves Ensinas

 

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23/01/2015